Escrevi esse texto no dia 05 de janeiro último, por ocasião do meu aniversário. Gostei de tê-lo escrito e quem o leu se sentiu acolhido. Fazer cinquenta anos não é tão difícil hoje em dia. Mas nem todos conseguem chegar a essa idade rodeados de amigos e com uma família carinhosa. Por isso, quis reproduzi-lo aqui. Fiz brigadeiros, sorteei pelo facebook, o que foi bem divertido e assim estou, recebendo ainda telefonemas e felicitações, o que me enche de alegria. Então, muito obrigada a todos pelo carinho, por acompanharem o blog e meus escritos, por participarem com sugestões e principalmente por serem cúmplices nessa coisa gostosa que é cozinhar. Mas cozinhar com a alma. Obrigada!
Como já disse antes, só existe um dia na vida de cada um para se fazer cinquenta anos e o meu, apesar de estar quase acabando, é hoje. Não fiz festa. O dia, que começou com um amoroso abraço do meu marido e uma bela conversa ao telefone com uma amiga querida, só continuou me dando alegrias. O almoço, compartilhado por marido, filho mais novo e pais, me permitiu relembrar estórias e afetos, além de uma grande coincidência: encontrar vários amigos queridos no mesmo lugar e me fortalecer com mais carinho e abraços.
No dia anterior, fui recepcionada em um almoço de família por um parabéns improvisado e de surpresa que me levou às lágrimas e me deu a exata sensação de pertencimento. Sim, sou de um lugar, sou de uma família carinhosa, sou dos cheiros dessa mata e dessas plantas, posso sentir felicidade. Amo cozinhar. Experimentar temperos, sentir sabores, me permite acolher e ser acolhida.
Trago do livro Açúcar, de Gilberto Freyre, uma escrita: "Há um gosto todo especial em fazer preparar um pudim ou um bolo por uma receita velha de avó. Sentir que o doce cujo sabor alegra o menino ou menina de hoje já alegrou o paladar da dindinha morta que apenas se conhece de algum retrato pálido mas que foi também menina, moça e alegre. Que é um doce de pedigree e não um doce improvisado ou imitado dos estrangeiros. Que tem história. Que tem passado. Que já é profundamente nosso. Profundamente brasileiro. Gostado, saboreado, consagrado por várias gerações brasileiras. Amaciado pelo paladar de nossos avós."
Por isso, ao pensar nessa carga profunda de afeto que o fazer um doce e ofertá-lo a alguém querido significa, resolvi fazer um novo sorteio, desta vez de uma caixinha de brigadeiros, amado e cobiçado e jamais deposto de seu trono. Certo, com chocolate meio amargo e sem gordura hidrogenada, mas ainda assim, de lamber o beiço, assim eu espero. Para concorrer, é claro, é preciso chegar ao final desse texto e descobrir que tem um sorteio. E aí é só curtir e torcer. Estou aguardando! Muito obrigada a todas e todos os amigos e familiares por tanto carinho. Sinto-me feliz e valorizada e devo isso a todos vocês, obrigada! Que venham os cinquenta e um!
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