sábado, 19 de julho de 2014

PRIMEIRO FESTIVAL DE GASTRONOMIA DE MERCADO EM RIO BRANCO

O convite para o Festival, que inicia na terça, dia 22 e vai até sábado. No dia 21, teremos uma pequena edição para convidados, para apresentação das receitas


Moro numa cidade pequena, ainda rodeada de floresta e cheia de grandes prazeres gastronômicos. Tacacá, açaí, farinha de tapioca, os mingaus de banana comprida, tapioca e mugunzá, os peixes, o tucupi, a farinha de excepcional qualidade, o pirarucu, as frutas e mais do que tudo isso, uma sensação de pertencimento que me acalma e deixa feliz. Tenho orgulho de ser brasileira, tenho orgulho de ser acreana. Com "e", me perdoem os estudiosos. Acriano com "i" não tem graça nem grude, não cola.

Somos falantes, meio abusados, com uma auto-estima a toda prova e perfeitamente conscientes de nossa riqueza e diversidade. Às vezes, acho até que pecamos pelo excesso, mas somos muito acolhedores. Gostamos de quem nos trata bem, gostamos de quem valoriza as nossas peculiaridades. Não seremos nunca iguais aos nossos queridos irmãos dos demais estados brasileiros. Nem melhores, nem piores. Somos diferentes. Somos cidadãs e cidadãos da floresta.

Talvez muitos de nós ainda nem tenham mesmo se dado conta de que o mundo hoje volta seus olhos para os produtos e sabores da Amazônia, região da qual fazemos parte. Produtos únicos, terrosos como o açaí, ácidos como o cupuaçu, estonteantes, viciantes, envolventes. Sabores e cheiros que deixam os estrangeiros abobados e os brasileiros de outras regiões de olhos arregalados: sim, nós estamos aqui! Lutamos para sermos brasileiros e hoje nos apegamos cada vez mais a esta terra ainda cheia de tantos segredos, de tantas essências, esperando cada descoberta!

Mas, é preciso valorizar nossa cultura. Uma mistura de outros povos, de índios, de europeus, de nordestinos empurrados a ferro e fogo para uma desconhecida região, impedidos de caçar e de pescar, reféns dos barracões e dos seringais. Essas contribuições de outras culturas, alimentos, modos de preparo vem aos poucos sofrendo também influências mais recentes que podem até nos descaracterizar. 

A Primeira Dama do Estado , Marlúcia Cândida, arquiteta de formação e apaixonada pelos sabores e história do Acre toca pessoalmente a implementação da Escola de Gastronomia e Hospitalidade do Estado, uma oportunidade única de investimento na formação de jovens aprendizes que atuarão em um mercado de trabalho mais do que promissor, uma vez que estamos ao lado de países como Peru e Bolívia. Além disso, a Escola trabalhará a gastronomia acreana e seus valores, entre tantos outros. E Marlúcia foi mais longe, ao propor a realização do I Festival de Gastronomia de Mercado, em dois dos mercados tradicionais da cidade de Rio Branco, hoje revitalizados e que guardam muito da memória e da tradição culinária de nosso Estado.


Primeira Dama Marlúcia Cândida, na apresentação do projeto do Festival às permissionárias e permissionários dos Mercados 

Toda a atenção à primeira aula

Os chefs Paulo Machado, Eduardo Mandel e Ricardo

Eu e Ray, amiga-irmã da dona Janete, da Pensão da Janete, no Novo Mercado Velho


Nesses locais, os antigos compravam sua carne, tomavam seus mingaus, comiam as tapiocas e garantiam seus almoços tradicionais, com as donas de pensões a conhecê-los pelos nomes e apelidos, seus gostos, a hora preferida de comer, o dia da galinha caipira, o dia do pirarucu, o carneiro ensopado, o bife com cebolas. Por ali passou e ainda passa a nossa história. Populares, políticos, turistas, funcionários públicos e do comércio comparecem todos os dias não mais para comprar a carne ou as frutas e verduras para suas casas, mas para aproveitar a beleza dos espaços revitalizados e as comidas preferidas, feitas por mãos sábias que em alguns casos, já estão na segunda ou terceira gerações.

O Festival vai trazer para esses espaços um público novo, o que virá participar da 66a. Reunião Anual da SBPC e também os habitantes locais e de outros municípios do Estado. Terá a missão de garantir a tradição com os olhos da modernidade, com pratos-degustação e apresentações diferentes, além de novos sabores, temperos, texturas. É para se jogar e aproveitar! Vai ter arte, cultura, show de rock e muita comidinha para se divertir! É um esforço do Governo do Estado para valorizar mais ainda a cultura local, a gastronomia da nossa região e deixar nossos visitantes de queixo caído com nossos sabores. Ou quem sabe, de queixo dormente com as florzinhas de jambu! Não deixe de ir, vai ser ótimo!



Dona Judite preparando a calda da sua sobremesa

Ray, da Pensão da Janete, o chef  Paulo e eu

Eu e dona Janete, da Pensão da Janete, no Novo Mercado Velho

Ângela, da Pensão da Morena, Alzira, da Pensão da Mãezinha e o Chef Paulo, na explicação da receita

Ingredientes separados para o molho

O tomate confitado, com azeite, alho e alecrim

Idem

O cuscuz com leite de castanha, um dos pratos tradicionais daqui. Junto com carne moída, ovo e vinagrete, deu origem à popular Baixaria

Chef Paulo e Toinha, do Café da Toinha, no Mercado do Bosque. Junto com o marido Aluísio, criaram na década de 80 a Baixaria, que recebeu esse nome vários anos depois, do jornalista Wilson Barros, já falecido. Toinha conta que procuravam há tempos um nome, até que Wilson batizou: "É uma confusão, tudo misturado. Parece uma baixaria!" O nome pegou e virou um dos nossos pratos mais conhecidos

A hoje mais do que popular Baixaria

Chef Paulo degustando creme de cupuaçu batido na hora, no Café do Mercado, no Novo Mercado Velho





Alzira, da Pensão da Mãezinha e Juliana, do Café do Mercado

Estou com muita honra e orgulho participando desse trabalho, a convite da Marlúcia, acompanhando os dois chefs consultores Paulo Machado e Eduardo Mandel, que amam a gastronomia acreana. São dos nossos! Ainda teremos a ajuda preciosa do chef Vinícius Capovilla, que chega para o Festival, mas já dá consultoria para a escola há algum tempo e também de Ricardo,  chef e mixologista (especialista em drinks e coquetéis)

Com tanta energia boa e com a participação das permissionárias e permissionários do Mercado, temos certeza de que mesmo sendo o primeiro, o evento vai ser um sucesso! Contamos também com a inestimável presença e apoio da Karla Martins e Walnízia, Rose Farias e equipe, da Fundação de Cultura Elias Mansour e Érica, do Instituto Dom Moacyr, ambos pertencentes ao Governo do Estado, do Marcos, seu marido e também apaixonado por gastronomia, da equipe da Secretaria de Obras, além dos patrocinadores. Portanto,  só nos resta sacudir o cansaço e trabalhar duro para que este evento seja o primeiro de muitos! Até lá!

Vocês já conhecem os loucos por comida: quando descansam, carregam pedras. Então, depois de um dia inteiro de trabalho nos Mercados, nada mais justo do que à noite, ir para o fogão preparar aquele brigadeiro especial. Não deixe de fazer, é uma delícia!


A massa do brigadeiro branco, já com a páprica

A castanha recoberta com o brigadeiro e umas sementinhas de chia



Brigadeiro de chocolate branco, com castanha do Brasil, essência caseira de emburana e páprica picante

Ingredientes

01 lata de leite condensado
01 colher  de sopa de manteiga
09  quadradinhos de chocolate branco (seria o equivalente a três colheres de sopa bem cheias)
01 1/2 colher de essência caseira de emburana (colocar sementes de emburana para curtir em vodka e manter na geladeira. Utilizar de acordo com a necessidade. Veja mais em:http://mesanafloresta.blogspot.com.br/2013/01/para-os-dias-de-chuva.html)
01 colher de chá ou a gosto de páprica picante (usei uma páprica espanhola deliciosa, mas se não tiver, pode improvisar com qualquer pimenta seca, reduzida a pó, mas nesse caso, experimente e coloque a quantidade a seu gosto, para que não fique muito picante)
40 a 50 castanhas do Brasil, pequenas, assadas no forno
açúcar de confeiteiro peneirado o quanto baste (não usar açúcar impalpável, que contém amido)

Modo de fazer 

Numa panela de fundo grosso, coloque o leite condensado, a manteiga e 01 colher de sopa da essência. Leve ao fogo baixo, mexendo sem parar, de preferência com uma espátula de silicone, até que comece a desgrudar da panela, cuidando para não queimar. Acrescente a meia colher de sopa de essência restante, mexa mais um pouco e apague o fogo. Misture a páprica a gosto e despeje a massa em um prato untado com manteiga. Aguarde esfriar, faça uma bolinha e envolva a castanha assada por completo. Passe no açúcar de confeiteiro peneirado  e embale a gosto, em papéis especiais para bombons ou em saco de celofane. Bom apetite!


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Para saber mais:

I Festival de Gastronomia de Mercado - dos dias 22 a 26/07/2014, no Novo Mercado Velho e Mercado dos Colonos, em Rio Branco-Ac, a partir das 19:00h
(obs: no dia 21, estará funcionando, em escala menor, para convidados e teste dos pratos)

66a. Reunião Anual da SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, dos dias 22 a 27/07/2014, em Rio Branco, Ac. Vide em  http://www.sbpcnet.org.br/riobranco/home/  

terça-feira, 8 de julho de 2014

SEM PALAVRAS



Comecei a assistir copas do Mundo quando tinha treze anos. Faz um tempinho, portanto. Foi também em 1978 que comecei a torcer pelo Vasco. Isso porque, para além do Roberto Dinamite, li em algum lugar que ele havia sido o primeiro time do Brasil a admitir negros como jogadores e já nesta época, isso me deu a certeza de que era o time que me representava. Fora o fato de que me tornei totalmente anti-Zico e anti-Flamengo. Claro, para calar minha boca, um dos meus filhos é flamenguista e eu, um dia desses, me peguei torcendo com ele pelo Flamengo. Sinal dos tempos.

Mas não sou torcedora exemplar. Hoje em dia, nem mesmo sei qual o time titular do Vasco e até o primeiro jogo do Brasil para esta Copa só conhecia o Neymar e o Júlio César. E olha que nunca tinha visto o Neymar jogar, um crime. O coração falou mais alto e diante de tanta torcida contra a Copa, engrossei as fileiras a favor e me peguei chorando todas as vezes em que vi brasileiros cantando em capela seu hino, muitos com a mão no peito, a plenos pulmões, mesmo depois do tempo de execução normal. Amo meu país. Já sofremos e lutamos muito pela nossa dignidade e hoje, sinto cada vez mais orgulho em ser brasileira.

Para os bons entendedores de futebol, que não é a regra para a maioria quase absoluta dos comentaristas oficiais ou oficiosos cujas análises tem quase sempre dez por cento de técnica e noventa por cento de chutes e obviedades (com as exceções previsíveis), há muito a se corrigir. Também acho, do alto da minha quase ignorância. Hoje em dia, os jogadores estão quase todos com os olhos voltados para as equipes estrangeiras e contratações milionárias, não conseguem ter o entrosamento necessário e muitos sentiram a enorme pressão da inexperiência. Isso, é claro, não lhes tira o brilho. Que nos sirva de aprendizado para as futuras seleções, com uma preparação de longo prazo e um foco não tão imediatista.

Após o segundo gol, não consegui ver o jogo em que o Brasil perdeu de goleada. Meu remédio para a pressão seria insuficiente para o meu nervosismo, então, a única maneira de me acalmar foi ir para a cozinha e fazer um sanduíche caseiro, onde o pão fresquinho, a carne temperada em casa e o ketchup recém-preparado fazem toda a diferença. Se você, como eu, ama futebol e está com o coração partido com essa vitória arrasadora, porém merecida da Alemanha, vá para a cozinha. É uma excelente receita para manter a calma e de quebra, você nunca mais vai querer comprar sanduíche fora de casa. Bom apetite!










Pão para hamburguer (baseado na receita para pão de Paul Hollywood, totalmente adaptada)

Ingredientes

04 xícaras + 01 colher de sopa de farinha de trigo (usei 02 xícaras de farinha branca, 02 xícaras de farinha integral e 01 colher de sopa de farinha de centeio)
02 colheres de chá de fermento para pão
02 colheres de chá de sal (talvez precise de um pouco mais, 02 a 03 pitadas)
04 a 05 colheres de sopa de azeite (use um bom azeite)
320 ml de água (01 xícara + 1/4 de xícara +01 a 02 colheres de sopa)
01 colher de sopa de açúcar
01 colher de sopa de sementes de linhaça
01 colher de chá de sementes de chia
(mantive as proporções aproximadas da receita do Paul, mas coloquei as sementes e misturei as farinhas. Também juntei o açúcar)

Modo de fazer

Numa tigela, peneire as farinhas, acrescente as sementes de chia e linhaça, coloque o açúcar, o fermento e o sal, arrumado longe do fermento. Abra um buraco no meio, coloque o azeite e vá adicionando a água. Misture bem e sove a massa numa bancada de cinco a dez minutos. (Sovar ajuda a desenvolver o glúten, responsável pela elasticidade da massa, o que deixa os pães mais leves e macios. Além do que, é ótimo para mandar as tensões embora). Após esse tempo, forme uma bola e coloque em uma tigela untada com azeite. Cubra com filme plástico e deixe descansar até dobrar de volume. Após esse tempo, amasse um pouco para retirar o ar. A partir desse momento, divida a massa e com uma parte dela, se desejar, faça pães árabes, pois não precisam de uma segunda fermentação. Divida essa parte da massa em bolinhas, achate-as com um rolo, coloque uma assadeira para esquentar no forno e quando estiver bem quente, coloque os discos de massa por 10 a 15 minutos ou até dar uma leve tostada. Eles devem inchar um pouco. Retire-os, deixe esfriar um pouco e sirva-os com manteiga, azeite ou outro acompanhamento de sua preferência. Com a outra metade da massa, molde bolinhas (dá em torno de 08 a 09, não muito grandes) e vá colocando-as em assadeira untada e polvilhada. Aguarde dobrar de tamanho e coloque-as para assar em forno já aquecido, em temperatura alta, por uns 15 minutos ou até assar. Retire-as do forno e coloque-as para esfriar em uma grade de metal ou palha, para que não criem umidade no fundo. Recheie os pães com hamburguer caseiro, cebolas grelhadas e katchup, se desejar. Se não quiser fazer os pães árabes, use toda a massa para os pães de hamburguerBom apetite!

Hamburguer caseiro

Ingredientes

500 g de chã de fora, limpa e moída na hora (ou outra carne de sua preferência, como picanha ou patinho)
Sal e pimenta moída na hora, a gosto

Modo de fazer

Numa tigela, misture a carne e tempere com sal e pimenta a gosto. Faça pequenas bolas e molde-as no formato de hambúrgueres (se não tiver um moldador, coloque a carne entre duas folhas de filme plástico e passe o rolo por cima, levemente). Unte com azeite ou óleo uma chapa ou grelha de ferro, deixe ficar bem quente e vá fritando a carne, aos poucos, por alguns minutos de um lado. Depois vire, pressione um pouco o disco de carne e retire para montar os sanduíches. Se sobrar, embrulhe em filme plástico e congele para futuras utilizações (basta colocar a carne congelada em uma grelha bem quente, com um pouquinho de óleo ou azeite).

Acompanhamentos

Tomates em rodelas, se desejar
Alface ou rúcula em tirinhas, se desejar
Cebolas em rodelas, fritas na chapa com um pouco de azeite
ketchup caseiro (dê uma olhada no post anterior, fiz uma receita adaptada do Jamie Oliver. Veja em http://gnt.globo.com/receitas/receitas/receita-do-chef-jamie-oliver-ketchup-caseiro.htm)
Mostarda e maionese a gosto, se desejar

Para montar

Pegue cada pão, corte ao meio e se desejar, passe manteiga. Arrume o hamburguer, coloque um pouco da cebola e do ketchup, caso queira, ou um pouco dos acompanhamentos desejados. Sirva e bom apetite!

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Para saber mais:

Acesse o programa de Paul Hollywood, no canal GNT

domingo, 6 de julho de 2014

AINDA DÁ TEMPO...

Cachorro-quente com pão caseiro, macio e delicioso...


Uma das minhas mais queridas lembranças de infância é a do primeiro cachorro-quente que eu comi, ou pelo menos o primeiro que eu registrei. Acho que eu tinha uns cinco a sete anos e estava com minha mãe numa das principais vias da minha cidade, onde funcionava grande parte do comércio, na altura do Banco do Brasil, na frente do Novo Mercado Velho, em Rio Branco. Já estava anoitecendo, mas minha mãe avistou um carrinho de lanche e rumamos para lá.

Não era muito comum nessa época esse tipo de lanche. Mas o que me encantou imensamente foi o sabor e o cheiro, até então desconhecidos, do tempero principal do cachorro-quente, servido com grandes rodelas de tomate, pimentão e cebola, junto com um copinho de papel, desses de aniversário, com um suco geladíssimo de maracujá. Demorei mais de vinte anos para identificar aquele perfume, não muito comum por aqui nesse período.

Já adulta, fui morar no Ceará. Um belo dia, ao entrar numa loja no Centro de Fortaleza, As Americanas, que nessa época tinha uma lanchonete agregada, resolvi comer um lanche rápido e optei pelo cachorro-quente. Eles usavam um pão comum, uma salsicha imensa e um molho muito simples, feito à base de tomate, cebola, pimentão e...cominho! Nem acreditei que tinha localizado aquele aroma que quando criança, não soube identificar. O cominho entrou pelas minhas narinas como um perfume há muito desejado e o prazer que senti foi o mesmo daquele lanche comido num carrinho de rua, tantos anos atrás.

A partir daí, nunca mais deixei de fazer molho para cachorro-quente sem usá-lo. Claro, ele é como o nosso tucupi: há quem ame, há quem não chegue perto, mas para minha sorte, meus filhos gostam muito. Então, nesta Copa, aquela que tanta gente agourou e que está sendo um sucesso de público e organização, senti desejo de comer cachorro-quente. Comida simples, sem afetação, mas com uma boa mostarda...hummmmm! Comprei o pão no supermercado e fui correndo fazer o molho. Mas o pão de supermercado é aquele que já se conhece, macio no primeiro dia e no outro...vai se desfazendo.

Então, para minha sorte, no meio do caminho, ao invés da pedra do Drummond, achei uma antiga agenda com a receitinha desse pão para cachorro-quente, macio, que derrete na boca. Improvisei a quantidade de líquido, que eu não havia anotado e fiz metade da receita, o que rendeu uns seis pãezinhos de bom tamanho para receber salsichas grandes. As minhas, fatiei em rodelas para colocar mais molho, mas faça como desejar. Não gosto de Ketchup, a não ser uma receita caseira que foi herdada e adaptada do Jamie Oliver e é simplesmente deliciosa.(O link com a receita está logo abaixo). Mas se não quiser usar mostarda e nem Ketchup, não precisa, o molho sozinho dá conta do recado. Então, mãos à obra, ainda tem muito tempo antes do próximo jogo! 

Mais uma observação: quem quiser e preferir, que coma, mas jamais comi cachorro-quente com cenoura e beterraba raladas, carne moída agregada, milho cozido, salada de batata, queijo ralado e mais um número insano de acompanhamentos. Nada contra, mas em certos momentos, prefiro o tradicional. Mas, fique à vontade, esse molho combina com tudo!




Cachorro-quente do meu jeito 

Ingredientes

Para o pão

02 xícaras e 01 colher de sopa de farinha de trigo
01 colher de sopa rasa de fermento biológico para pães
01 colher de sopa de açúcar
1/4 xícara de manteiga
01 ovo
1/2 xícara de leite
01 colher de chá de sal ou um pouquinho mais, a gosto

Modo de fazer

Numa tigela, coloque a farinha e o fermento, o açúcar, a manteiga, o ovo e o leite. Misture bem, até que a massa fique bem homogênea. Polvilhe o sal e vá misturando mais um pouco. Comece a sovar a massa, de cinco a dez minutos, numa bancada ou na própria tigela, esticando e enrolando a massa, para que o glúten se desenvolva e o pão fique bem macio. Faça uma bola, após esse tempo de sova, deixe na tigela polvilhada com farinha, cubra com um pano de prato limpo e deixe em um lugar fresco, até que dobre de volume. Após esse tempo, polvilhe um pouco de farinha na bancada, estique a massa para que saia o ar e molde os pães, dividindo a massa em seis ou sete porções. Pegue cada porção, estique no formato de um retângulo e enrole como rocambole, com a dobra para baixo. Coloque os pães para fermentar uma segunda vez em assadeira untada e polvilhada, deixando espaço entre eles. Cubra sem apertar com filme plástico e deixe em lugar fresco, como o forno desligado. Após dobrarem de volume (1 a 2h, às vezes antes), coloque-os em forno já aquecido, em temperatura alta. Normalmente, entre 20 a 25 minutos estarão prontos, mas convém ficar atenta (o), pois cada forno é diferente do outro. Retire-os da assadeira e deixe-os esfriar em uma grelha para que o ar circule por baixo deles e não fiquem úmidos. Após esfriarem, corte-os por cima, passe um pouquinho de manteiga, se quiser e recheie-os com o molho. Bom apetite!

Para o molho

Ingredientes

06 a 08 salsichas, ou mais, se desejar
01 tomate picadinho (se quiser, retire pele e sementes)
01 lata de tomate pelado, com o líquido
01 pimentão verde em rodelas finas, sem as sementes
01 cebola grande, em rodelas finas
sal a gosto
01 dente pequeno de alho
02 colheres de sopa de azeite
02 a 03 colheres de sopa de coentro e cebolinha, bem picados, no final
pitadas de açúcar para tirar a acidez, caso necessário
03 a 04 colheres de chá de cominho moído (sugiro colocar aos poucos e provar, pois caso não goste muito forte, diminua a quantidade)

Modo de fazer

Leve ao fogo uma panela com água e deixe ferver. Acrescente as salsichas rapidamente e deixe por cinco minutos. escorra e reserve. Se desejar, corte-as em rodelinhas. Outra sugestão é grelhá-las em frigideira de ferro, após passá-las na água fervente. Numa frigideira grande, coloque o azeite e o alho e doure um pouquinho. Acrescente o tomate, o tomate pelado, a cebola e o pimentão. Coloque sal a gosto, veja se é necessário acrescentar um pouquinho de açúcar para equilibrar a acidez e em seguida, coloque o cominho, aos poucos. Acrescente as salsichas e deixe ferver uns cinco minutos. desligue o fogo e se desejar, polvilhe o coentro e a cebolinha bem picados. Sirva com os pães caseiros e os molhos de sua preferência. Bom apetite!

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Para saber mais:
http://www.especialista24.com/cominho/

http://gnt.globo.com/receitas/receitas/receita-do-chef-jamie-oliver-ketchup-caseiro.htm