domingo, 16 de junho de 2013

TAPIOCA...

A tapioca, pronta para o abate...


A primeira lembrança que tenho da tapioca, ou beiju, como diz a minha mãe, vem das mãos de minha avó querida Mundiquinha. Nessa época, eu devia ter aí uns dez anos, vovó já morava no Ceará, mas de vez em quando vinha para Rio Branco e fazia nossa alegria, inclusive com as comidinhas, pois era uma exímia preparadora de delícias. Mamãe não sabia fazer os tais beijus e vovó fazia uns rolinhos fininhos, macios, de derreter na boca aquela goma fresca e cheirosa.

Com bastante manteiga e café para acompanhar, um prato cheio de tapiocas mal dava para aplacar a fome de netos e filha gulosos. Passei muitos anos sem comer tapioca e depois, já adulta, morando no Ceará, não sabia também prepará-la. Quando dava vontade de saborear, ia para os mercados ou feiras.  Mas, ao receber uma amiguinha do meu filho que morava no interior, precisei fazer um exercício rápido, pois a garotinha não comia pão de manhã e não havia meio de fazê-la comer outra coisa.

Saí nas carreiras atrás de goma e só encontrei um polvilho seco. Mas eu também não sabia como hidratá-lo, o que exige delicadeza e técnica, para se chegar a um resultado que se não é igual ao da goma fresca, pelo menos permite matar a fome. E foi assim que a pobre menina pegou aquele rolinho meio duro, provou, fez uma careta e cuspiu: "Está cru!'' Vocês nem imaginem o meu desespero, com a mãe da menina a quilômetros de distância e eu sem conseguir alimentá-la!

Até que, após algumas tentativas, consegui fazer uma tapioca minimamente comível e saí do sufoco. De lá para cá, virou um dos meus petiscos prediletos. Prefiro, é claro, a goma fresca, com seu cheiro peculiar, que em contato com a frigideira quente, forma uma panqueca grudenta e irresistível. Com uma boa colher de manteiga então...

Ainda sou à moda antiga e prefiro açaí e tapioca sem modernidades: o primeiro, gosto de tomar batido apenas com açúcar, polvilhado com muita farinha de tapioca de Cruzeiro do Sul e a segunda, apenas quentinha e com muita manteiga. Portanto, se tiver um mercado perto de você, corra para comprar uma boa goma. Em seguida, passe-a por uma peneira, salgue levemente e vá para o fogão. Bom apetite!

Tapioca com manteiga 

goma fresca (de preferência), ou hidratada
sal a gosto
manteiga

Acessórios: uma frigideira de fundo grosso, plana

Modo de Fazer

Passe e goma por uma peneira de metal (de preferência) e salgue levemente. Coloque a frigideira no fogo, sem óleo e deixe esquentar bem. Distribua uma porção de goma de maneira uniforme, espalhando-a delicadamente em círculo,  como se fosse uma panqueca. Ela deve ficar fininha. Deixe alguns minutos até firmar e se necessário, vire-a e deixe por alguns segundos. Despeje-a no prato, espalhe imediatamente manteiga a gosto e enrole. Sirva com um bom café.

Observações: caso queira acrescentar queijo, ou coco, ou outro ingrediente qualquer, faça uma primeira camada apenas para cobrir o fundo da frigideira. Despeje o ingrediente do recheio e acrescente uma segunda camada. Proceda como na primeira e retire a manteiga, se for o caso. Bom apetite!

4 comentários:

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  3. Por favor me tira de uma pequena dúvida, a goma fresca é o mesmo que o polvilho?

    De antemão muito obrigada

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  4. Olá,
    a goma fresca e a fécula de mandioca ou polvilho diferem entre si pelo acréscimo da água. No caso da goma fresca, ela já está hidratada e pronta para o uso. O polvilho, nesse caso, para ser utilizado na tapioca, precisa ser hidratado aos poucos, até que tenha uma certa liga mas sem excesso, para que possa ser manuseado. Um grande abraço, obrigada pela passagem por aqui e se tiver mais dúvidas, será um prazer ajudar. beijão,
    Patrycia

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