domingo, 30 de junho de 2013

NOVO MERCADO VELHO

Fachada do Mercado Velho depois de revitalizada


Quando eu era bem pequena, lá pelos cinco ou seis anos, adorava ir com minha mãe ao Centro. Na minha cabeça de criança, aquele mundo de lojinhas grudadas umas nas outras, onde se comprava roupas e sapatos, aviamentos diversos, discos e é claro, comida, era um verdadeiro paraíso. Lembro dos plásticos coloridos para proteção do sol forte ou da chuva torrencial que às vezes caía em frações de segundos, quase sem dar tempo aos feirantes de
recolher a mercadoria. Esses toldos improvisados emendavam-se uns aos outros e tenho muito nítida a lembrança de caminhos tortuosos que ficavam ali, colados ao Mercado.

Nessa época, mamãe me levava para comer umas bolinhas encharcadas de mel, que eram servidas geladas, com uma calda em volta. A sensação de espetar uma bolinha perfumada, bem encharcada e doce, era muito prazerosa. Descobri muito depois que as tais bolinhas eram um doce árabe chamado auemê, mas nunca mais as comi. (Leia meu primeiro artigo no blog Varal de Ideias, do meu querido companheiro Marcos Afonso e os comentários, entre eles a receita do auemê, escrita pela querida Leila Jalul, entre outros talentos, escritora de primeira hora: http://www.varaldeideias.com/1/?m=200805&paged=3)

Não lembro ou não vivi a época em que ali também se vendia carne, mas estão na memória as pensões com seus panelões de mingau e o pão de milho (cuscuz) regado com uma dose generosa de leite de castanha. O tempo passou e em 2005, nas gestões do Governador Jorge Viana e do prefeito Raimundo Angelim, a rua inteira foi revitalizada, como parte da recuperação da memória de nossa cidade e do nosso Estado. Essa revitalização, fruto de uma decisão política para a melhoria do nosso espaço público, também revitalizou um ano depois o Mercado Velho, que passou a se chamar Novo Mercado Velho, inaugurado na década de 20 e um patrimônio da nossa cultura local. (Para saber mais, veja em http://pagina20.uol.com.br/08082006/especial1.htm

Os feirantes e comerciantes, alguns há cerca de 40 anos no local, foram realocados para as lojinhas dentro do Mercado, onde as pensões também tem lugar de destaque, sendo frequentadas pelos funcionários que trabalham na região, servidores públicos e população em geral. O atendimento é caótico, mas faz parte do encanto do Mercado. A comida, farta, caseira, boa e barata, atrai tantos quantos queiram se alimentar bem a um preço justo.

Sempre vou na pensão da Sonia e como o mesmo filezinho frito com cebolas, saladinha do dia, arroz, feijão, macarrão e farofa. Não sobra nada e costumo sair de lá prometendo a mim mesma que da próxima só vou comer metade, mas não adianta. O arroz soltinho, o tempero do feijão, a farofinha crocante...os pedidos no balcão não param de chegar e é um divertimento escutar o grito das comandas: "Sonia, ainda tem tambaqui frito? E aquele fígado que eu pedi faz meia hora? Aquele senhor está pedindo o frango dele..."

Os pratos são montados na hora e ao gosto do freguês, que pode customizar o seu com um pouquinho mais de salada ou cebola frita, deixar de comer o macarrão ou pedir um feijão a mais. Se o cliente chegar atrasado e algum complemento já tiver acabado, sempre é possível pedir emprestado um pouco de farofa ou feijão às pensões vizinhas e vice-versa, para completar o prato dos famintos retardatários.

A Sonia e a família, ajudados por auxiliares tão simpáticas quanto eles, se desdobram para atender bem aos fregueses, assim como fazem as demais pensões do local. Não se engane: lá pela uma e meia da tarde, fica difícil comer alguma coisa, pois os panelões já estão quase vazios. Mas, eles sempre dão um jeitinho e é quase impossível sair de barriga vazia. Portanto, se estiver no centro durante a semana e aos sábados pela manhã, corra! Você se sentirá em casa, com uma comidinha que alimenta a alma.


Ladrilhos hidráulicos embelezando parte do piso...

Placa de inauguração, no ano de 1929...

Lateral do Mercado, de frente para o Rio Acre e na foto acima, estátuas  de pessoas anônimas,  passeando pelo espaço...







Os preços dos pratos, a Sonia e as auxiliares, se desdobrando para atender à numerosa clientela do local...


Tem peixe frito...



O filé que eu sempre como, acompanhado de saladinha do dia, arroz, feijão, farofa e macarrão, uma delícia!


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NOVO MERCADO VELHO: Av. Epaminondas Jácome, Rio Branco - Ac
                                                   69.900-115








domingo, 23 de junho de 2013

DESAFIO...



Os amaretti, deliciosos com um café forte...

Vocês sabem, faço parte daquele grupo dos "loucos por cozinha". Aqueles que adoram visitar os mercados em cada cidade que chegam, passam horas falando de comida, deliram com um bom livro novo sobre o assunto e são capazes de assar biscoitos de madrugada, só para ver se o sabor compensa. Esses são apenas alguns dos muitos exemplos que eu teria sobre o assunto, que de resto transforma em cobaias a família e os amigos. 

Quando morei em Fortaleza, um amigo querido adorava me ver chegar com o resultado dos testes no trabalho e ante o meu perfeccionismo confesso, me pedia: "Por favor, traga todos os que não passarem no seu teste de qualidade, porque pra mim estão perfeitos!" E assim criei uma aura de comida à minha volta, que me acompanha para onde vou. Porque, é claro, comida é cultura, é carinho, é aconchego.

Não há nada mais especial do que ofertar a um ente querido aquele bolo especial ou um pão quentinho, caprichosamente embalado. Saquinhos de biscoito, uma caixinha de brigadeiros gourmet, uma torta caseira...ou quando a coragem dá, um vidro de ketchup ou geléia, ou até mesmo aquela conserva deliciosa...não há alegria maior do que ver aquele sorriso estampado no rosto de quem recebe o presente e isso compensa toda a trabalhareira que às vezes dá.

Recebi esta semana a revista Casa e Comida, que eu adoro ler e lá, numa matéria linda, estavam belos biscoitinhos produzidos em São Paulo numa lojinha especializada, chamada Lu Bonometti Biscotti & Dolcezze. A dona, economista de profissão, largou tudo para se dedicar à produção de biscoitos italianos e outros doces. Mas, a matéria não dava receita nem o nome dos tais biscoitos. E eu, sem me conter, fui pesquisar tarde da noite receitas de biscoitos italianos, fascinada com a delicadeza dos mesmos. 

Achei os amaretti, ou amaretto no singular, feitos à base de claras de ovos, açúcar, nozes diversas e um pouquinho de bebida. Ainda estou na fase de teste, pois precisei usar açúcar refinado, já que por enquanto na cidade não se acha o açúcar de confeiteiro, menos doce. O  impalpável, que seria um substituto, contém amido e para mim, desvirtua o sabor, por isso não o utilizo.

E lá vou eu, tamanha meia-noite, fazer um teste com o que eu tinha em casa: avelãs, licor Amaretto, açúcar refinado e claras de ovos. Os biscoitos são muito fáceis de fazer. Tornarei a postá-los assim que utilizar outro açúcar e outras castanhas, para falar dos sabores. Como esses ficaram bem doces, aconselho degustá-los com um bom espresso ou café forte sem açúcar, pois não precisa. Não ficaram tão lindos como os da loja, mas ficaram deliciosos!

Amaretti

1/2 xícara de avelãs ligeiramente torradas, sem casca de preferência (apenas coloquei-as para secar um pouco no forno e não consegui tirar todas as cascas)
1/2 xícara de açúcar refinado
1 clara de ovo batida como para suspiro
1/2 colher de sopa de licor Amaretto (ou outro de sua preferência, que combine com avelãs)

Modo de Fazer

Moa as avelãs com o açúcar no liquidificador. Coloque numa tigela e acrescente a clara de ovo bem batida. Mexa bem e acrescente a bebida, se desejar. Deixe descansar um pouco. Numa assadeira forrada com papel manteiga arrume bolinhas de tamanho médio (Eu as achatei com o dedo, mas não precisa, elas se espalham ao assar) e polvilhe um pouquinho de açúcar. Não untei o papel manteiga, mas talvez seja necessário, para facilitar na hora de desenformar os biscoitos. A massa deve ficar macia, mas não muito mole. Caso isso aconteça, apenas faça montinhos com uma colher, direto no papel manteiga na assadeira. O açúcar de confeiteiro daria uma crostinha menos doce, mas como não testei ainda, sugiro polvilhar muito pouco açúcar, para que não fique exageradamente doce. Coloque para assar por uns 15 minutos em forno moderado previamente aquecido. Eles vão se espalhar e logo estarão prontos. Retire do forno, aguarde esfriar um pouco, pois eles saem ainda moles e ficam crocantes à medida que esfriam. Se você os retirar antes, podem quebrar. Coloque-os depois de bem frios em pote de vidro bem fechado e torça para durar até o dia seguinte. Bom apetite!

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Lu Bonometti Biscotti & Dolcezze - Al. Joaquim Eugênio de Lima, n. 1278, Jd. Paulista, São Paulo, (011) 3384-5818
lubonometti.com.br
  

domingo, 16 de junho de 2013

NADA DE DOCES

Brigadeiros aguardando a hora...

Adoro fazer doce, mas não os como o tempo inteiro. Gosto particularmente de doce de leite escuro e goiabada, mousse de chocolate meio-amargo e brigadeiro. Mas, quando as taxas de glicose estão no limite, baixa uma vontade insana de fazer doce, comer doce, experimentar doce...

Os brigadeiros estão em alta no país e ganharam até mesmo lojas próprias. Em São Paulo, visitei a Maria Brigadeiro, responsável por elevar nosso docinho símbolo ao status de iguaria gourmet. A loja é um encanto e tem brigadeiros para todos os gostos, ainda que caros. Vale muito a visita, porém.

Fiz uma concessão, pois ainda usei aqueles confeitos  granulados sabor chocolate para cobrir alguns docinhos, como resgate de memória. Mas eu prefiro coberturas menos doces e uso cacau em pó ou chocolate do padre na massa, que rendem um sabor interessante. Hoje em dia, tem uns granulados para cobertura diferentes e feitos com chocolate de verdade, produzidos pela Callebaut, como os usados nos docinhos da Maria Brigadeiro (foto abaixo). Não são ainda vendidos aqui em Rio Branco, mas valorizam bastante o doce. Infelizmente, minha reserva acabou e por isso, tive que improvisar.

Fiz duas massas:

Na primeira, usei chocolate do Padre, que contém açúcar e na segunda, usei cacau em pó, que dá um sabor mais amargo, meu preferido. Em algumas ocasiões, uso chocolate meio-amargo em barra, mas queria o sabor mais tradicional. Para as coberturas, utilizei açúcar aromatizado com fava de baunilha, granulado sabor chocolate, chocolate meio-amargo ralado e chocolate branco com cookies ralado. Faça e aproveite!

Brigadeiro 1

Ingredientes

01 lata de leite condensado
01 colher de sopa bem cheia de manteiga
03 colheres de cacau em pó, rasas
01 colher de sopa de mel

Brigadeiro 2

Ingredientes

01 lata de leite condensado
01 colher de sopa de manteiga
03 colheres de sopa de chocolate em pó
01 colher de sopa de mel

Para a cobertura

Chocolate meio-amargo ralado, chocolate branco com cookies ralado, granulado sabor chocolate e açúcar aromatizado com fava de baunilha


Modo de Fazer

Unte dois pratos rasos com manteiga. Arrume as coberturas em recipientes separados. Numa panela de fundo grosso, coloque os ingredientes do brigadeiro 1 e mexa para misturar. Em fogo alto e de preferência com uma colher que não arranhe o fundo da panela, continue mexendo até que se inicie a fervura. Diminua o fogo para baixo e continue mexendo sem parar por aproximadamente dez minutos ou até que desgrude do fundo da panela. Coloque no prato untado com manteiga e aguarde esfriar. Proceda da mesma forma com o brigadeiro 2, tendo o cuidado de lavar antes a panela, caso use a mesma. Na hora de enrolar, unte as mãos com bastante manteiga e vá pegando porções com uma colher. Passe nas coberturas escolhidas, coloque em forminha de papel e se delicie!


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Serviço: Se for a São Paulo, faça uma visitinha à loja Maria Brigadeiro, é imperdível!

Endereço: Rua Capote Valente, 68, Pinheiros, São Paulo -  www.mariabrigadeiro.com.br



Fachada, interior da loja e docinhos da Maria Brigadeiro, em São Paulo. Visita imperdível!










CUPCAKE DO MEU JEITO

O bolinho, com compota de pera cheia de pontinhos de baunilha...

Não sou muito fã de cupcakes, que numa tradução literal seria bolo de xícara. Acho-os lindos, mas quando olho para aquela enorme cobertura doce, sei que não aguentaria comer um inteiro. Mas, é claro que há excelentes produtos no mercado e profissionais dedicados. Minha querida prima Janaína Dantas, além de arquiteta, também está produzindo belos bolinhos e já inovou na cobertura: banana frita com leite condensado, um verdadeiro pecado!

Pensando nisso, prefiro fazer os bolinhos sem colocá-los nas forminhas de papel, pois eu adoro aquela casquinha que se forma nas laterais. Depois de prontos, caso se deseje, dá para acondicioná-los em belas embalagens, para vender ou presentear. Um dia desses, deu vontade de comer bolo. Aqui em casa, nunca faltam alguns ingredientes básicos como farinha de trigo, por exemplo. 

Mas, como não há regra que a exceção não confirme, quando fui medir os ingredientes, cadê a farinha? Foi preciso trocar uma parte da quantidade necessária por farinha de amêndoas, que eu tinha em casa. Para polvilhar a forma, usei chocolate em pó. Coloquei sementes de chia na massa, para dar um colorido e uma crocância e fiz uma compota de pera com baunilha para a cobertura. Não é que ficou fantástico? 

Portanto, não se aperte quando der vontade de comer bolo. Veja o que tem em casa e improvise! Bom apetite!

Bolinho improvisado

Ingredientes

Para o bolo
(Fiz uma receita básica. Você pode usar para os bolinhos qualquer receita de sua preferência.) 

02 xícaras de chá de açúcar
01 xícara de chá de manteiga
03 ovos em temperatura ambiente
03 xícaras de farinha de trigo (usei 2 1/4 de farinha de trigo e completei a quantidade com farinha de amêndoas)
1 1/2 xícara de leite em temperatura ambiente
01 colher de sopa rasa de fermento
2 colheres de sopa de sementes de chia (opcional)
1 colher de sopa de água de rosas (opcional)
chocolate em pó para polvilhar as forminhas

Para a compota
(As quantidades são estimativas, depende um pouco da doçura da fruta. Prove e vá ajustando.)

02 peras maduras sem a casca, cortadas em pequenos cubos
01 a 1,5 colher de sopa de manteiga
03 colheres de sopa de açúcar (aqui, vale observar a doçura da fruta)
1/2 fava de baunilha (caso não tenha, use uma boa essência, mas não é a mesma coisa)
01 colher da bebida de sua preferência (opcional)
02 colheres de sopa de água, se for necessário

Modo de Fazer

Para o bolo

Separe todos os ingredientes. Passe manteiga e polvilhe com farinha (usei chocolate em pó peneirado) numa forma para cupcakes. (caso não tenha, use forma normal e depois corte em fatias). Ligue o forno. Numa tigela, bata bem a manteiga com o açúcar, acrescente os ovos inteiros e bata bem. Vá intercalando a farinha (ou farinhas) com o leite e bata apenas para misturar. Coloque as sementes de chia e a água de rosas (caso utilize) e por último o fermento, misturando bem. Despeje a massa nas forminhas e leve para assar. Desenforme e coloque a compota em cima ou apenas polvilhe com chocolate em pó ou açúcar de confeiteiro. Bom apetite!

Para a compota


Numa frigideira de fundo grosso, derreta a manteiga com o açúcar. Deixe caramelizar um pouco e acrescente as peras em cubos e as raspas de 1/2 fava de baunilha. Vá mexendo de vez em quando, até formar a compota. Se secar, coloque 01 ou 02 colheres de sopa de água. Ajuste o açúcar. Caso deseje, coloque 01 colher de sopa da bebida de sua preferência. Aplique nos bolinhos. Você também pode fazer esta compota para rechear um bolo ou acompanhar um queijo fresco, fica muito bom.


O chocolate em pó nas laterais cria uma crostinha adicional, boa...

TAPIOCA...

A tapioca, pronta para o abate...


A primeira lembrança que tenho da tapioca, ou beiju, como diz a minha mãe, vem das mãos de minha avó querida Mundiquinha. Nessa época, eu devia ter aí uns dez anos, vovó já morava no Ceará, mas de vez em quando vinha para Rio Branco e fazia nossa alegria, inclusive com as comidinhas, pois era uma exímia preparadora de delícias. Mamãe não sabia fazer os tais beijus e vovó fazia uns rolinhos fininhos, macios, de derreter na boca aquela goma fresca e cheirosa.

Com bastante manteiga e café para acompanhar, um prato cheio de tapiocas mal dava para aplacar a fome de netos e filha gulosos. Passei muitos anos sem comer tapioca e depois, já adulta, morando no Ceará, não sabia também prepará-la. Quando dava vontade de saborear, ia para os mercados ou feiras.  Mas, ao receber uma amiguinha do meu filho que morava no interior, precisei fazer um exercício rápido, pois a garotinha não comia pão de manhã e não havia meio de fazê-la comer outra coisa.

Saí nas carreiras atrás de goma e só encontrei um polvilho seco. Mas eu também não sabia como hidratá-lo, o que exige delicadeza e técnica, para se chegar a um resultado que se não é igual ao da goma fresca, pelo menos permite matar a fome. E foi assim que a pobre menina pegou aquele rolinho meio duro, provou, fez uma careta e cuspiu: "Está cru!'' Vocês nem imaginem o meu desespero, com a mãe da menina a quilômetros de distância e eu sem conseguir alimentá-la!

Até que, após algumas tentativas, consegui fazer uma tapioca minimamente comível e saí do sufoco. De lá para cá, virou um dos meus petiscos prediletos. Prefiro, é claro, a goma fresca, com seu cheiro peculiar, que em contato com a frigideira quente, forma uma panqueca grudenta e irresistível. Com uma boa colher de manteiga então...

Ainda sou à moda antiga e prefiro açaí e tapioca sem modernidades: o primeiro, gosto de tomar batido apenas com açúcar, polvilhado com muita farinha de tapioca de Cruzeiro do Sul e a segunda, apenas quentinha e com muita manteiga. Portanto, se tiver um mercado perto de você, corra para comprar uma boa goma. Em seguida, passe-a por uma peneira, salgue levemente e vá para o fogão. Bom apetite!

Tapioca com manteiga 

goma fresca (de preferência), ou hidratada
sal a gosto
manteiga

Acessórios: uma frigideira de fundo grosso, plana

Modo de Fazer

Passe e goma por uma peneira de metal (de preferência) e salgue levemente. Coloque a frigideira no fogo, sem óleo e deixe esquentar bem. Distribua uma porção de goma de maneira uniforme, espalhando-a delicadamente em círculo,  como se fosse uma panqueca. Ela deve ficar fininha. Deixe alguns minutos até firmar e se necessário, vire-a e deixe por alguns segundos. Despeje-a no prato, espalhe imediatamente manteiga a gosto e enrole. Sirva com um bom café.

Observações: caso queira acrescentar queijo, ou coco, ou outro ingrediente qualquer, faça uma primeira camada apenas para cobrir o fundo da frigideira. Despeje o ingrediente do recheio e acrescente uma segunda camada. Proceda como na primeira e retire a manteiga, se for o caso. Bom apetite!

domingo, 9 de junho de 2013

VONTADE DE AGRADAR

O velho macarrão de domingo, feito em casa desta vez...


As etapas de preparação da massa...

Já falei algumas vezes aqui do macarrão de domingo. Na maioria das vezes, em tempos de preguiça total, ponho uma panela no fogo com bastante água e cozinho uma massa seca, de boa qualidade. Faço um molho gostoso, um bom parmesão ralado por cima e todo mundo fica feliz. Mas hoje, ao ver meus programinhas gravados na sky, lembrei da minha máquina caseira para fazer massa e não é que pareceu tão rápido que a preguiça foi embora? Só mesmo a vontade de cozinhar para os meus queridos justifica colocar literalmente a mão na massa nesse domingo tranquilo...

Foi no programa Tempero de Família, apresentado pelo Rodrigo Hilbert no canal GNT. É aquele mesmo, o maridinho da Fernanda Lima. Pois não é que o rapaz dá conta do recado e faz uma comida caseira, aconchegante e nada difícil? Pois estava ele às voltas com a massa para acompanhar uma minestra (sopa) de feijão quando pensei: opa, vou atrás da máquina de macarrão agora...

Como ainda estou com coisas encaixotadas pela mudança, não tinha certeza se localizaria, mas ainda bem que estava fácil. Em no máximo 1 hora, consegue-se fazer uma quantidade de massa para um almoço de 4 pessoas, cortar e a partir daí é só juntar o molho de sua preferência. Mesmo sem combinar muito, ainda fiz uma polenta com queijo que eu estava desejando e grelhei finas fatias de picanha para o filhote carnívoro. De sobremesa, toucinho do céu, para homenagear nossas raízes portuguesas, que postarei mais na frente.

Aproveite e bom apetite!

Massa caseira com molho de tomate

Ingredientes

300 g de farinha de trigo especial ou 2,5 xícaras de chá (se desejar, pode substituir um pouco da farinha branca pela integral)
03 ovos grandes ( precisei usar 04 pequenos, pois os níveis de umidade de cada farinha podem variar um pouco)
01 pitada de sal
01 pitada de pimentão doce em pó, pimenta do reino em pó a gosto (opcionais)

Molho

03 dentes de alho
cebola picada e salsinha ou cheiro verde picados, a gosto
folhinhas de manjericão (opcional, não usei hoje)
01 lata de tomates pelados
01 colher de chá de sal
01 colher de chá de açúcar ou um pouco mais, para quebrar a acidez do tomate
azeite
queijo parmesão ralado na hora, para polvilhar

Modo de Fazer

Para a massa

Faça um montinho com a farinha, quebre os ovos no meio e polvilhe o sal e os opcionais, se desejar. Vá misturando em círculos, com um garfo e depois com as mãos, até formar uma massa não muito dura. Deixe descansar uns quinze minutos coberta com um pano de prato, para não ressecar . Divida a massa em três partes e vá trabalhando uma por vez. Passe-as na máquina de macarrão, começando pela abertura maior e diminuindo gradativamente, polvilhando farinha para não grudar. A massa ficará sedosa e macia. Polvilhe farinha ou um pouco de fubá em cada tira, após ter passado pela graduação mais fina da máquina. Enrole as tiras como um rocambole e corte "fatias" não muito largas. Solte as tiras com cuidado e vá colocando-as em uma assadeira larga, polvilhadas com farinha de milho ou trigo, para que não grudem. Leve uma panela grande ao fogo, com bastante água e sal a gosto. Quando ferver, acrescente as tiras de massa e cozinhe por três a cinco minutos. Ela deve ficar al dente. Escorra-a e acrescente o molho de sua preferência. Você também pode preparar ravioli, lasanha ou qualquer outro formato com essa massa.

Para o molho

Numa panela, coloque duas a três colheres de azeite, acrescente o alho amassado e deixe dourar levemente. Acrescente a cebola picada e a salsinha ou cheiro verde, se usar. Coloque a lata de tomate, amassando-os com um garfo, o sal e o açúcar e as folhinhas de manjericão, se usar. Deixe ferver, ajuste o sal e o açúcar, caso necessário e reserve. Numa assadeira ou prato de servir, coloque azeite a gosto, a massa cozida assim que for escorrida e por cima o molho, misturando levemente. Polvilhe queijo parmesão ralado na hora e bom apetite!

Polenta cremosa

Ingredientes

1/2 xícara de farinha de milho para polenta
1/2 xícara de água
02 colheres de sopa de manteiga
02 xícaras de chá de leite
01 colher de chá de sal ou a gosto
queijo muçarela (http://www.portuguesnarede.com/2008/11/mussarela-ou-muarela.html), parmesão ralado na hora e cream cheese, a gosto

obs: vocês sabiam que o certo é muçarela e não mussarela? Eu não sabia e como tive dúvidas, acessei o post aí de cima para saber o porquê.

Modo de Fazer

Dissolva a farinha de milho na água e coloque numa panela, acrescentando a manteiga, o leite e o sal. Leve ao fogo mexendo sem parar, até despregar do fundo da panela e ficar bem macia. Como utilizei leite e não água, ela fica cremosa, mesmo com a consistência firme. Coloque em um refratário untado com manteiga e se desejar, acrescente por cima fatias de muçarela, montinhos de cream cheese e parmesão ralado. Leve ao forno quente apenas para derreter o queijo. Se sobrar, corte em fatias e grelhe-as numa chapa de ferro com um pouco de manteiga, é delicioso para tomar com um café fresquinho, como meu filho mais velho adora fazer. Bom apetite! Desculpem, não tirei fotos da polenta, mas é uma delícia!