sexta-feira, 7 de março de 2014

CARNAVAL DE ANTIGAMENTE






O bolo, com pedacinhos da farinha de amêndoas feita em casa e a calda de limão siciliano...
"A estrela d'alva no céu desponta
E a lua anda tonta com tamanho esplendor
E as pastorinhas pra consolo da lua
Vão cantando na rua lindos versos de amor
Linda pastora morena da cor de madalena
Tu não tens pena de mim
Que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre sempre te amar
                    Noel Rosa, Pastorinhas (veja em http://letras.mus.br/noel-rosa-musicas/125752/ )


Até hoje, esta bela canção de Noel Rosa é uma das lembranças mais queridas dos meus carnavais de adolescente começando a ficar adulta. Íamos ao Rio Branco, um clube local, eu e os primos e primas, devidamente acompanhados por um adulto, que era sempre o meu pai. No final da festa, havia uma grossa canja de galinha fervente na casa de minha tia Myosote e depois disso, íamos mortos de cansados tomar um bom banho e dormir até a hora do bloco do sujo.

Havia também o Urubu Cheiroso, bloco cheio de charme e ginga, além da bateria impagável do Abelhal. Era uma farra só, onde a turma da Seis de Agosto, meu bairro de nascença, juntava-se aos foliões que vinham de outros bairros, atraídos pela alegria e pelo som. Eu ficava ainda um bom pedaço em frente ao antigo Hotel Chuí, onde hoje é sede da Prefeitura, depois do bloco da tarde,  até as pernas avisarem que era hora de pegar o beco, ou melhor, o caminho de casa.

De tarde, a companhia eram os primos e amigos. Às vezes, eu me desgarrava um pouco e ia para casa sozinha, já no início da noite, aguardar até a hora do clube, numa energia que nem sei de onde tirava, já que nunca bebi uma gotinha que fosse de álcool. Acho que a idade ajudava muito, porque hoje me canso só de pensar na maratona. Sempre adorei carnaval, principalmente as marchinhas antigas, o frevo e o samba de raiz.

Não sou saudosista, gosto do presente, mas me encho de saudades ao lembrar dessa época em que a maior preocupação era se o dinheiro ia dar para comprar os aviamentos das fantasias que improvisávamos. Para isso, íamos sempre na dona Silvia, que tinha uma banca lá pelo Mercado, um caos total que só ela entendia, mas onde se achava de tudo, da meia arrastão às purpurinas. 

Hoje, ando meio preguiçosa, embora aqui e ali participe de um bom baile nos moldes de antigamente, puxado a máscaras, serpentinas e confetes. Mas, nesse Carnaval estou de repouso forçado em casa, me recuperando de dores no braço e aproveitei para colocar algumas receitinhas que já deviam ter sido postadas e a falta de tempo impediu. Por isso, depois da farra, aproveite para brindar os seus queridos com uns agrados de derreter corações!


Bolo de amêndoas, polenta e limão siciliano da Nigella  (retirado do blog A cozinha coletiva, ligeiramente adaptado)

Explico: conheci esse bolo no blog do Richie, um arquiteto doceiro dos bons, que por sua vez o tirou das receitas da Nigella...)
Esse é daqueles bolos que não se esquece jamais e que merece ficar sempre no repertório de qualquer doceira que se preze: molhadinho, delicioso com uma xícara de café...


Ingredientes

Para o bolo

200 g de manteiga sem sal
200 g de açúcar
200 g de amêndoas moídas (Usei 162 g de amêndoas cruas, fervidas por 1 minuto, depois esfregadas para retirar a pele, levadas ao forno só para secar e batidas no liquidificador. deu quase 1 xícara)
100 g de farinha de milho para polenta
1 1/2 colheres de chá de fermento químico
03 ovos em temperatura ambiente
raspas de 02 limões sicilianos

Para a calda

suco de 02 limões sicilianos
125 g de açúcar de confeiteiro (atenção, não usar o impalpável. Usei 1 xícara quase cheia)

Modo de fazer

Ligue o forno em 180 graus. Numa tigela, bata muito bem a manteiga com o açúcar. Em outra tigela, junte a farinha de milho para polenta, as amêndoas moídas e o fermento. Misture alternadamente à manteiga com o açúcar e junte um ovo de cada vez, até ficar homogêneo. Adicione as raspas de limão e leve ao forno até assar. Numa panelinha, junte o suco de limão com o açúcar de confeiteiro e leve ao fogo até que ferva e o açúcar derreta. Quando retirar o bolo do forno, despeje imediatamente a calda quente. Aguarde esfriar para desenformar. Polvilhei por cima um pouquinho de açúcar de confeiteiro, mas nem precisa. É uma delícia, experimente!

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Para conhecer o ótimo blog do Richie, acesse:

http://www.acozinhacoletiva.blogspot.com.br/ 

e da Nigella: www.nigella.com



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