terça-feira, 8 de julho de 2014

SEM PALAVRAS



Comecei a assistir copas do Mundo quando tinha treze anos. Faz um tempinho, portanto. Foi também em 1978 que comecei a torcer pelo Vasco. Isso porque, para além do Roberto Dinamite, li em algum lugar que ele havia sido o primeiro time do Brasil a admitir negros como jogadores e já nesta época, isso me deu a certeza de que era o time que me representava. Fora o fato de que me tornei totalmente anti-Zico e anti-Flamengo. Claro, para calar minha boca, um dos meus filhos é flamenguista e eu, um dia desses, me peguei torcendo com ele pelo Flamengo. Sinal dos tempos.

Mas não sou torcedora exemplar. Hoje em dia, nem mesmo sei qual o time titular do Vasco e até o primeiro jogo do Brasil para esta Copa só conhecia o Neymar e o Júlio César. E olha que nunca tinha visto o Neymar jogar, um crime. O coração falou mais alto e diante de tanta torcida contra a Copa, engrossei as fileiras a favor e me peguei chorando todas as vezes em que vi brasileiros cantando em capela seu hino, muitos com a mão no peito, a plenos pulmões, mesmo depois do tempo de execução normal. Amo meu país. Já sofremos e lutamos muito pela nossa dignidade e hoje, sinto cada vez mais orgulho em ser brasileira.

Para os bons entendedores de futebol, que não é a regra para a maioria quase absoluta dos comentaristas oficiais ou oficiosos cujas análises tem quase sempre dez por cento de técnica e noventa por cento de chutes e obviedades (com as exceções previsíveis), há muito a se corrigir. Também acho, do alto da minha quase ignorância. Hoje em dia, os jogadores estão quase todos com os olhos voltados para as equipes estrangeiras e contratações milionárias, não conseguem ter o entrosamento necessário e muitos sentiram a enorme pressão da inexperiência. Isso, é claro, não lhes tira o brilho. Que nos sirva de aprendizado para as futuras seleções, com uma preparação de longo prazo e um foco não tão imediatista.

Após o segundo gol, não consegui ver o jogo em que o Brasil perdeu de goleada. Meu remédio para a pressão seria insuficiente para o meu nervosismo, então, a única maneira de me acalmar foi ir para a cozinha e fazer um sanduíche caseiro, onde o pão fresquinho, a carne temperada em casa e o ketchup recém-preparado fazem toda a diferença. Se você, como eu, ama futebol e está com o coração partido com essa vitória arrasadora, porém merecida da Alemanha, vá para a cozinha. É uma excelente receita para manter a calma e de quebra, você nunca mais vai querer comprar sanduíche fora de casa. Bom apetite!










Pão para hamburguer (baseado na receita para pão de Paul Hollywood, totalmente adaptada)

Ingredientes

04 xícaras + 01 colher de sopa de farinha de trigo (usei 02 xícaras de farinha branca, 02 xícaras de farinha integral e 01 colher de sopa de farinha de centeio)
02 colheres de chá de fermento para pão
02 colheres de chá de sal (talvez precise de um pouco mais, 02 a 03 pitadas)
04 a 05 colheres de sopa de azeite (use um bom azeite)
320 ml de água (01 xícara + 1/4 de xícara +01 a 02 colheres de sopa)
01 colher de sopa de açúcar
01 colher de sopa de sementes de linhaça
01 colher de chá de sementes de chia
(mantive as proporções aproximadas da receita do Paul, mas coloquei as sementes e misturei as farinhas. Também juntei o açúcar)

Modo de fazer

Numa tigela, peneire as farinhas, acrescente as sementes de chia e linhaça, coloque o açúcar, o fermento e o sal, arrumado longe do fermento. Abra um buraco no meio, coloque o azeite e vá adicionando a água. Misture bem e sove a massa numa bancada de cinco a dez minutos. (Sovar ajuda a desenvolver o glúten, responsável pela elasticidade da massa, o que deixa os pães mais leves e macios. Além do que, é ótimo para mandar as tensões embora). Após esse tempo, forme uma bola e coloque em uma tigela untada com azeite. Cubra com filme plástico e deixe descansar até dobrar de volume. Após esse tempo, amasse um pouco para retirar o ar. A partir desse momento, divida a massa e com uma parte dela, se desejar, faça pães árabes, pois não precisam de uma segunda fermentação. Divida essa parte da massa em bolinhas, achate-as com um rolo, coloque uma assadeira para esquentar no forno e quando estiver bem quente, coloque os discos de massa por 10 a 15 minutos ou até dar uma leve tostada. Eles devem inchar um pouco. Retire-os, deixe esfriar um pouco e sirva-os com manteiga, azeite ou outro acompanhamento de sua preferência. Com a outra metade da massa, molde bolinhas (dá em torno de 08 a 09, não muito grandes) e vá colocando-as em assadeira untada e polvilhada. Aguarde dobrar de tamanho e coloque-as para assar em forno já aquecido, em temperatura alta, por uns 15 minutos ou até assar. Retire-as do forno e coloque-as para esfriar em uma grade de metal ou palha, para que não criem umidade no fundo. Recheie os pães com hamburguer caseiro, cebolas grelhadas e katchup, se desejar. Se não quiser fazer os pães árabes, use toda a massa para os pães de hamburguerBom apetite!

Hamburguer caseiro

Ingredientes

500 g de chã de fora, limpa e moída na hora (ou outra carne de sua preferência, como picanha ou patinho)
Sal e pimenta moída na hora, a gosto

Modo de fazer

Numa tigela, misture a carne e tempere com sal e pimenta a gosto. Faça pequenas bolas e molde-as no formato de hambúrgueres (se não tiver um moldador, coloque a carne entre duas folhas de filme plástico e passe o rolo por cima, levemente). Unte com azeite ou óleo uma chapa ou grelha de ferro, deixe ficar bem quente e vá fritando a carne, aos poucos, por alguns minutos de um lado. Depois vire, pressione um pouco o disco de carne e retire para montar os sanduíches. Se sobrar, embrulhe em filme plástico e congele para futuras utilizações (basta colocar a carne congelada em uma grelha bem quente, com um pouquinho de óleo ou azeite).

Acompanhamentos

Tomates em rodelas, se desejar
Alface ou rúcula em tirinhas, se desejar
Cebolas em rodelas, fritas na chapa com um pouco de azeite
ketchup caseiro (dê uma olhada no post anterior, fiz uma receita adaptada do Jamie Oliver. Veja em http://gnt.globo.com/receitas/receitas/receita-do-chef-jamie-oliver-ketchup-caseiro.htm)
Mostarda e maionese a gosto, se desejar

Para montar

Pegue cada pão, corte ao meio e se desejar, passe manteiga. Arrume o hamburguer, coloque um pouco da cebola e do ketchup, caso queira, ou um pouco dos acompanhamentos desejados. Sirva e bom apetite!

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Para saber mais:

Acesse o programa de Paul Hollywood, no canal GNT

2 comentários:

  1. Cunhadinha, não tem dieta que resista a esse lanche maraaaaaavilhoso. Apesar de ser mais levinho..rsrs
    Beijos.

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    1. Querida cunhada, muito obrigada, fica uma delícia mesmo, experimente! Um beijo grande e passe sempre por aqui, beijo.

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