terça-feira, 17 de junho de 2014
PARA SE REGALAR
Se eu pudesse, todo dia estaria na feira. Não há para mim lugar melhor de começar o dia. Encontrar os feirantes conhecidos, que já se tornaram amigos, ver o que está mais fresco, surpreender-me com um produto ainda não encontrado, tudo é motivo de festa. Aos finais de semana, parar na banca da dona Francisca e ali mesmo, já me sentir muito bem acolhida, com o mingau quentinho de milho (o mugunzá), tapioca ou banana descendo devagar e esquentando o corpo.
Não deixo de levar para casa a goma fresquíssima de tapioca, o queijo da região e o açúcar mascavo. Dependendo da época, o coquinho e a cajarana fazem parte da cesta. Pimentas coloridas (ainda que eu esteja proibida de usá-las), o surubim e o filhote lá da banca do Rui e da Socorro para as moquecas e o açaí do Louro (Casa do Açaí) são itens indispensáveis. Aproveito para comprar a farinha de tapioca bem crocante para acompanhar o açaí: no meu caso, nada de modernidades, os acompanhamentos são sempre os mesmos. Açúcar e farinha de tapioca. Sou capaz de devorar uma jarra inteira, de tanto que gosto.
Já falei por aqui que para mim domingo é o dia mundial da preguiça. Na maioria das vezes, nem saio de casa. Abro exceção para um almoço e um filminho de quando em vez, mas gosto mesmo é de passar o dia lendo, zapeando na TV e ficar sem compromisso. Testar uma ou outra receita, sem pressa, é outro dos meus prazeres. Às vezes, fazer um pão que será assado de tarde e comido com uma boa xícara de chá ou café. Quando é possível, logo cedo escrevo o blog, depois de ler os jornais do dia e tomar um café da manhã bem reforçado.
Quando não, deixo que o dia siga devagar e vá dando ele mesmo os comandos, para que a segunda comece a todo vapor. Por isso, descansar é sempre bom. Mas, como toda regra tem exceção e as minhas com relação a descanso, são mais exceções do que regra, vi-me já com a hora avançada e sem nenhuma disposição para sair. A única solução possível foi jogar-me na cozinha e não sei vocês, mas não consigo comer a mesma coisa todos os dias. É preciso ouvir o que o corpo pede e neste caso, não era macarrão.
Lembrei do surubim comprado no dia anterior, junto com um camarão seco e salgado, bom para vatapá. E também de um purê maravilhoso que comi em Fortaleza, no restaurante La Pasta Gialla, feito à base de banana comprida (ou da terra) e palmito pupunha, delicioso. Não tive naquele momento coragem para pedir a receita, mas resolvi fazer um teste me fiando na memória e o resultado foi maravilhoso. Também tinha trazido da feira um agrião de folhas mais largas e resolvi incluí-lo na receita, para dar uma crocância diferente e quebrar um pouco o adocicado do purê. Portanto, combine esses ingredientes e sirva um almoço especial para o maridinho ou uma pessoa querida, eles vão amar!
Surubim frito com molho de camarão seco, purê de banana comprida (ou da terra) e palmito pupunha e agrião ao alho e azeite
Ingredientes
Para o peixe
05 ou 06 pedaços de surubim, já limpos (ou mais, caso vá servir mais pessoas)
Sal e pimenta a gosto
Farinha de trigo para empanar
Óleo para fritar
Para o molho de camarão seco
12 camarões secos, metade sem as cascas e as cabeças, levemente lavados em água
Cascas e cabeças de 06 camarões secos
03 colheres de sopa de cebola bem picadinha
02 colheres de sopa de azeite
01 dente de alho pequeno em lâminas finas
01 xícara de água
Para o agrião
1/2 maço de agrião de folhas mais grossas, descartadas as partes mais duras dos talos
01 dente de alho pequeno, amassado
02 colheres de sopa de azeite
Sal a gosto
Para o purê de banana comprida (ou da terra) e palmito pupunha
05 pedaços médios de banana comprida madura, cozida em água e sal
01 vidro grande de palmito pupunha em rodelas, em conserva (mais ou menos 05 rodelas para cada pedaço de banana)
04 colheres de sopa da água do cozimento das bananas
02 colheres de sopa da água da conserva do palmito
04 a 06 colheres de sopa de creme de leite
04 a 05 colheres de sopa de açúcar (o purê não deve ficar doce, mas apenas levemente adocicado. Se a banana estiver bem madura, talvez não leve todo o açúcar)
Sal a gosto
Modo de fazer
Para o purê
Coloque os pedaços de banana com casca para cozinhar, em água levemente salgada. Após cozidos, retire a casca e reserve os pedaços em um prato e a água do cozimento na panela. Passe no liquidificador todos os ingredientes, ajustando o sal e o açúcar. O purê não deve ficar muito líquido. Retire a massa para uma panela ou frigideira e leve ao fogo apenas para secar um pouco. Reserve.
Para o agrião
Limpe os talos mais grossos. Numa frigideira, coloque o azeite e o alho para dar uma leve dourada, sem deixar queimar. Acrescente o agrião, mexa até que ele murche um pouco. Polvilhe sal a gosto, desligue o fogo e reserve.
Para o molho de camarão seco
Usei camarão seco e salgado, mas não tão salgado. Caso você não consiga o camarão do mesmo tipo, pode dessalgá-lo um pouco, para que o sabor fique mais suave. Bata as cascas e cabeças de camarão reservadas em 01 xícara de água no liquidificador. Passe numa peneira fina e leve ao fogo para reduzir um pouquinho. Reserve. Numa frigideira, coloque o azeite, a cebola e o alho e deixe dourar um pouco, sem queimar. Acrescente os camarões secos já limpos e os outros inteiros, com cabeça. Misture, deixe fritar um pouco e acrescente o líquido reservado e já peneirado das cascas e cabeças de camarão. Deixe ferver um pouco e reserve.
Para o peixe
Lave e seque bem os pedaços de peixe. Polvilhe um pouquinho de pimenta do reino, se gostar e apenas uma pitada mínima de sal, apenas em um dos lados. A ideia é que o molho de camarões salgue o peixe. Empane os pedaços de ambos os lados na farinha de trigo, frite-os numa chapa de ferro, de preferência e escorra-os. Coloque-os no molho de camarão com cuidado, vire-os para que peguem molho de todos os lados e reserve.
Para montar o prato
Arrume uma porção de purê no prato. Por cima, coloque os pedaços de peixe, um pouco de molho com os camarões inteiros e o agrião. Coloque um fio de azeite de boa qualidade e se desejar, acrescente uma porção de arroz branco. Para terminar, se conseguir, tome uma bela tigela de açaí com farinha de tapioca. Sei, você vai engordar, mas pelo menos é por um bom motivo. Além do mais, nada de filas em restaurantes e uma comidinha que você só vai encontrar na sua casa. Bom apetite!
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Para saber mais:
La Pasta Gialla:http://vejabrasil.abril.com.br/fortaleza/restaurantes/la-pasta-gialla-45722, Fortaleza/Ce.
Banca da Socorro e do Rui: no mercado de frutas e legumes de Rio Branco, peixes diversos, sempre frescos. Próximo ao Terminal urbano, Rio Branco/Ac.
Açaí do Louro/Casa do Açaí: Tel (68) 99685184 e (68) 99196386. Em frente ao estacionamento do Varejão Popular, Rio Branco/Ac.
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