A rua dos meus pais, ao cair da tarde... |
Depois de uma semana de muita correria e uma alteração na pressão nada desejável, resolvi tomar vergonha e coragem: como hoje não é segunda-feira, penso que a decisão se manterá por mais tempo, assim a saúde agradece e a família idem. Portanto, tênis no pé e assim que amanheceu o dia, pus-me a passear pelo bairro. Claro, não posso nem pensar em virar atleta e sair correndo por aí. Pensei então que a primeira negociação é com este corpinho sedentário: sair da zona de conforto e da tapioca com manteiga e café preto logo de manhã.
A segunda é convencer este cérebro preguiçoso. Sim, porque caso isso não esteja resolvido, vocês sabem, a probabilidade de sabotagem é imensa. Daí o começo pelas ruas tranquilas do bairro onde moro, olhando as plantinhas nas calçadas, ouvindo o cachorrão doido pra dar o bote, devidamente resguardado pelo portão imenso. No meio da caminhada, vejo uma senhora cortar de forma furtiva galhos de uma planta na calçada. Olhando para os lados, enfiou tudo numa sacola plástica e saiu rápido.
Atravessei a rua, curiosa. Peguei uma folhinha e o cheiro de cidreira me invadiu as narinas. lembrei de imediato que quando criança, gostava de sair pelas casas, pedindo flores. Zínias, cravos, rosas, onze-horas abundavam nos nossos quintais de antigamente. Chegava nas casas e pedia galhos, flores e plantas e em casa, arrumava tudo com cuidado. Havia um pequeno beco, meio escondido, por onde se ia para uma ruazinha paralela onde não passava carro. Lá, em todas as residências as flores explodiam em cores, formando na minha memória de criança uma das mais lindas lembranças.
Era como um jardim encantado. Até hoje, amo plantas e flores, é onde me sinto em casa, quando estou perto delas. Aqui em casa, a lateral começa a se cobrir de rosa choque por causa das flores de jambo, que sem pudor nenhum se esparramam pelo chão, fazendo inveja aos estilistas. É de chocar de tanta boniteza, mesmo.
Mas, a vida não é só dieta e exercício. E como sou completamente adepta da comfort food, aquela comidinha de alma que ajuda a equilibrar o dia, preparei o bolo de laranja para tomar com café. Se sobrar, o que acho difícil, corte em fatias de espessura média, coloque-as numa assadeira sem untar e leve-as ao forno. Você terá torradas de bolo deliciosas para tomar com chá, café ou chocolate. Esta é uma das receitas que você pode fazer, ligeiramente adaptada do ótimo site La Cucinetta (www.lacucinetta.com.br). Aproveite!
Bolo de Laranja (ligeiramente adaptado)
Ingredientes
1 copo de iogurte natural, integral e mais um pouquinho para completar 180ml
1 copo (use o do iogurte) de azeite ou óleo de boa qualidade (usei azeite)
2 copos de açúcar cristal (usei refinado, pois não tinha do outro em casa)
3 copos de farinha de trigo branca
2 colheres de chá de fermento para bolo
raspas de 1 laranja
1 a 2 colheres de sopa de suco de laranja (não constantes da receita original)
Modo de Fazer
Ligue o forno a 180 graus. Passe manteiga e farinha em uma forma média, de buraco no meio e reserve. Misture os ingredientes líquidos, acrescente os ovos, batendo um pouco até ficar homogêneo. Acrescente a farinha, o fermento e as raspas e misture bem. Coloque na forma e no forno até dourar. Se desejar, polvilhe açúcar de confeiteiro para dar um charme. Bom apetite!
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